Como muita gente sabe, eu não tenho filhos. Quem sabe um dia, com esta medicina tão avançada, porém agora ainda não. Tenho vários amigos da minha geração que já são pais e parentes, idem, com crianças entre 1 ano e 13 anos.
Hoje assisti um psicólogo infantil no Bom dia Paraná falar sobre o endeusamento e supervalorização da infância nos dias de hoje. Ele dizia que hoje os pais criam os filhos com um grau de proteção e quase sem exigências de responsabilidade. Engraçado que é bem isso.
Outro dia vi uma mulher com uma menina de uns 2 anos e meio na lanchonete. Ela perguntava se a menina queria suco ou refrigerante. Achei aquilo um absurdo. Se eu fosse mãe, nem perguntaria, daria o suco e ponto. Principalmente porque o suco é mais saudável e porque quem decide nesta idade o que comemos são os pais ou tutores. Uma criança pequena não deveria decidir se quer salada ou batata frita.
Fico triste de ver os pequenos ditadores à mesa fazendo birra e exigindo de pessoas mais velhas, cardápios especiais. Estas crianças que depois vão à escola e ficam inquietas na cadeira na sala de aula, competindo para ver quem tem o celular e o tablet mais moderno, fazendo o professor de gato e sapato. Alguns pais deixam a função "modo" educar para o pobre do professor. Antigamente a criança deveria vir educada de casa, mas o que se vê hoje é aluno agredindo professor, rindo e fazendo pouco caso.
Sei disso e me sinto à vontade pra falar porque sou casada com um professor universitário que tem nas salas de aula dos dias de hoje, alunos maquiavélicos, sem educação, destemperados e ameaçadores. São pessoas no auge dos 20 anos de idade que são trainées no mercado de trabalho e dizem para o professor se calar abertamente e sem vergonha alguma. Estes "jovens" serão os adultos no mesmo mercado de trabalho. Jovens cujos pais fizeram toda sorte de vontades e não foram acostumados a esperar tampouco batalhar por algo. Tiveram tudo na mão e não aprenderam bem a ouvir a palavra não sem a justificativa do porquê.
A educação privada em muitos casos, trata estes alunos como clientes. Os diretores são hoje Gestores e exigem da equipe: resultados. É o comércio da educação.
Me perdoem amigos e parentes com crianças pequenas, mas aqui é meu blog e falo o que penso. Aqui não é a Rede Social da moda onde se explana uma opinião recebe uma saraivada de balas. Fico triste ao ver a quantidade de brinquedos que as crianças ganham hoje somente "por existirem".Pais subjugados por seus filhos por que sentem culpa por não poder estar à disposição deles o tempo todo.
No meu tempo de criança eu tinha uma mesa farta de legumes porque era o que tinha pra comer, aprendemos a gostar vendo os adultos fazerem, quando crianças apenas copiamos. Palavras hoje são perigosas também. Ontem vi na TV uma psicóloga infantil dando uma lista de frases que não podem os pais nunca dizerem aos filhos. Hoje tudo traumatizará o pequeno Deus.
Não tenho conhecimento prático na arte de educar até porque nunca fui um exemplo de educação, fui criada na base do tapa, mas com muito amor, paralelamente. Talvez hoje eu tenha algumas sequelas psicológicas mas saí na luta da vida e construí uma história independente de quem me criou.
Não dou palpite na educação dos filhos dos outros porque já ouvi mais de uma vez coisas do tipo: "Tenha seus próprios filhos!" Estou indignada sim, com esta juventude ditadora e ao mesmo tempo bunda-mole. Paralelamente vê-se crianças maravilhosas, boas e que sabem dividir e respeitar. Filhos que valorizam e respeitam os mais velhos, filhos que ainda podem ajudar a construir um mundo menos egoísta.
Finalizando tenho que lembrar de uma dupla de meninos que não acompanhei o crescimento, infelizmente, mas vi a mãe desde cedo exigir que as crianças cumprimentassem as pessoas e pedissem licença, por favor. Estes irmãos são primos meus de terceiro grau, hoje, jovens inteligentes e criativos que dá gosto de acompanhar, mesmo de longe. Tenho vários primos que cresceram comigo e hoje, tenho orgulho de lembrar de nossa infância cheia de alegria apesar das dificuldades.
Ah! Meus afilhados pequeno!s Nem sempre sei como agir, e muitas vezes só posso dar amor e dividir meu talento para brincar e rir. Nem sempre tenho dinheiro pra enchê-los de presentes. As mães, sabem disso e esperam de mim, beijos e abraços, amor e a convivência sadia.
Sou da moda antiga, cheguei na fase de dizer coisas do tipo: "No meu tempo era assim, era assado..." e vendo reportagens de crianças no crime, crianças matando, roubando, sexualidade precoce, agredindo os adultos, me deixam abalada e cada vez menos à vontade na presença de pequenos ditadores.
Se vou virar "a louca dos gatos", talvez, mas quero ter a consciência de poder ajudar os pequenos ao meu redor a serem melhores do que fui e melhores que as crianças estragadas. É um reflexo da atualidade, eu sei, crianças não podem e nem devem sair sozinhas na rua porque podem ser sequestradas e molestadas. Ficam reféns do videogame, até aí tudo bem, é bom para o intelecto. O mundo está estranho, apocaliptico demais pro meu gosto. O ser humano está se idiotizando na mídia de massa, muita porcaria pra assimilar, pouca leitura, sei lá.
Tenho uma afilhada grande, fui madrinha de casamento dela. O filho dela é algo muito cativante. Educado, intenso, inteligente, com um vocabulário lindo pra uma criança de 7 anos. Significa que ainda temos chances...não tô amargurada, de forma alguma! E pode discordar de mim, fiquem à vontade.
A educação é pra sempre!
Um bom artigo aqui, leia se quiser,
http://www.aprenderaser.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=31:educacao-para-a-infancia-o-que-significa-infancia-hoje&catid=10:textos&Itemid=12
É isso, boa sorte jovens pais e como dizia minha vó: ´"- É de pequenino que se torce o pepino!"
Beijos
Karen