quinta-feira, novembro 13

registro pessoal histórico

NEW YORK DOLL IN TOO MUCH TOO SOON

Os pais do punk rock? Os pais do Glitter Rock, do Glam Rock? Naturalmente que foram polêmicos e incisivos na história da porrada de 3 minutos, desde sua estréia em roupas nada convencionais bem ao estilo rock-drag-queen até a curtíssima trajetória. Considerados sujos como o Rolling Stones, barulhentos como o Stooges e andróginos como David Bowie. Começaram suas atividades por volta de 1968 em New York e tiveram uma carreira de quase 7 anos e apenas 2 discos importantes.

Começaram a tocar em infernos bastante destacados na época, tais como o Max's Kansas City e o CBGB's em Nova York.

A indumentária deste grupo foi apimentada nada menos que pela estilista londrina Vivienne Westwood , então namorada do produtor picareta, Malcolm McLarem, que teve a idéia de usar a banda como artilharia para vender sua moda e para que eles introduzissem nos palcos uma crítica velada contra o regime comunista onde apareciam como fundo de cenário, bandeiras da União Soviética e da China Popular, para com isso, chamar a atenção da imprensa. As roupas todas iguais e vermelhas, muito glitter e saltos exageradíssimo no palco não colou. Esse registro infeliz aconteceu nos idos de 1974 quando o New York Dolls saía em turnê pela Inglaterra para o lançamento de seu último disco Too Much Too Soon.

Fracassado em sua estratégia com os americanos e de volta à Inglaterra, McLaren viu a chance de fazer o que não conseguiu nos Estados Unidos em uns rapazes que freqüentavam sua loja. Eles eram jovens, ingênuos, pobres e, acima de tudo, odiavam a vida que levavam. Era tudo que precisava. John Lydon, Steve Jones, Paul Cook e Glen Matlock foram recrutados. Assim surgiu o Sex Pistols criado e manipulado por aquele que foi um péssimo empresário para os Dolls.

Já "Too Much Too Soon" do NYD, é um disco rico em colaboradores entre a dupla Johnny Thunders e o vocalista David Johansen - "Babylon", "Who are the Mystery Girls?", "It’s Too Late", "Human Being", furiosamente dançantes, características de outras faixas mais ásperas e cruas, como "Puss ‘n’ Boots" e "Chatterbox". A banda ainda ataca forte na estileira black music norte-americana, refazendo clássicos de Sonny Boy Williamson ("Don’t Start me Talkin’"), The Cadets ("Stranged in the Jungle") com backing vocals transgressores bem ao estilo do psichobilly, a dupla Gamble e Huff ("(There’s Gonna Be a) Showdown") e K. Lewis ("Bad Detective").

Ignorado pela crítica (sempre a crítica), que estava mais pilhada no desenrolar do rock progressivo, este disco foi considerado cult por sua decisiva influência no punk rock.

Johnny Thunders saiu da banda logo após e montou outra banda importante no cenário do punk rock, o Heartbreakers, (uma dica para quem só conhece Sex Pistols, Clash e Ramones).

Em 1993 o Guns N'Roses relançou no disco The Spaghetti Incident uma versão para a música Human Being do New York Dolls e uma outra versão para a música You Can't Put Your Arms Around a Memory de Johnny Thunders (influência declarada do baixista Duff McKagan).

A primeira formação do grupo era composta por Johansen (vocais), Johnny Thunders (guitarra), Sylvain Sylvain (guitarra), Arthur Kane (baixo) e Billy Murcia (bateria). Antes do nome New York Dolls, o grupo era um pouco conhecido como Actress.

Johnny Thunders e David Johansen, líderes desta banda que teve uma existência cercada de tragédias. Um detalhe para contar a desgraceira que foi a carreira dos integrantes que passaram pelo NYD, foi que antes da gravação do primeiro disco, o baterista Billy Murcia morreu afogado em uma banheira (onde fora colocado pelo companheiros para se curar de uma ressaca) e para seu lugar foi chamado Jerry Nolan. Anos depois, em 1991, o guitarrista Thunders sofreria overdose fatal em sua casa em Paris. Lugar comum na história dos grandes roqueiros.

Em 1977 o New York Doll acabou suas operações e deixou um legado de bandas influênciadas por eles até hoje.

By eu - para registro meu.

Carne na Primavera - by Tita

" Pouco me interessa, o diabo (bis)

Ele só recebe as almas
Mas não é ele quem as condena (bis)


eu só me digno a ter
Négocios com Deus

Deus, Deus me fez
Ele sabe que eu matei!"

(Jean Paul Sartre)