sexta-feira, junho 26

Chuck Violence, um dos melhores One Man Bands!


Foto por Adriana Vecchi


O show do projeto Wonkabilly, domingueira que vem acontecendo faz um pouco mais de 1 mês no Wonka, fechou a noite do último domingo com um monobanda muito competente. "Ele" se chama Chuck Violence and His One Man Band from Blumenau. Eu cheguei com pressa de ver o show do rapazinho que até então havia tocado no La Lupe numa Invasão de Monobandas recentemente.

Termo esse muito original pra descrever estes "one men bands" que geralmente seguem um padrão, uma lógica, de ter uma bateria, guitarra e vários instrumentos de apoio, sejam guitarras, pedais, auto-falantes e gaitas. O que a criatividade musical mandar embalada num espetáculo de pernas e braços se movendo incansavelmente, eles são capazes de provar que fazem.

O processo One Man Band é um polvo barulhento que pode espirrar tinta musical, desde covers até versões mais loucas de músicas conhecidas do universobilly ou não. No caso do pequeno e venenoso Chuck Violence isso vai se esgueirando por influências que vão do country, blues, hillbilly, jazz, soul, punk, trash e garage.

"Introducing", que é a música de abertura, é uma cavalgada, assim como ilustra a camisa do dito cujo no dia do show. (Inclusive me apeguei à camisa por achá-la super inusitada no momento, mesmo!).

Ferradura pura de um som mais linear do antigo pesado-quebradeira, com um quê de mexican-texas. Esta música me lembra o arranhão de um Robert Jonhson caminhando enlouquecido pelos desertos nunca antes trilhados. Música bárbara e irada, por vezes sinto mais que um cara golpenado guitarra totalmente acústica e barulhos dos metais longínquos provocativos e ensandescidos. Vocalização maldita pra alguém de um porte tão pequeno que consegue arrancar o melhor dos instrumentos sem misturá-los e sem fazer parecer algo distonante porque esse é o estilo Chuck de fazer bagunça.

Na sequência do punch com guitarra, muito bumbo e um auto-falante, ecoa na voz de fundo do cara Chuck, a música seguinte "Hey! Bo!", não menos caótica e existencialista das pradarias, porém mantém a a linearidade das sequentes batidas esquizofrênicas, uma voz bela e uma atitude punk dentro do contexto caipira irado na música do pequeno notável.

Gosto muito de "When The Saints Go Marchin' In" porque me lembra aquele antigo caipira americano negro que já falei, o Robert Jonhson com toda carga mexican-aire-flamenco e roots nas guitarras. Aterrorizante.

Em "Mamma Pankake" uma dominada introdução muito mais psycho que billy. Rapidez junto ao auto-falante e o discurso inquietante desta bela canção mais pesada e com sopros temáticos de um apito jazzístico totalmente inesperado na canção.

Acertativamente sinistra é "My Woman Down" que leva ao fundo do poço numa marcha-lenta de terror e sarcasmo. E por ai vai, este novo e mais afinado membro da equipe "One Men." Escapulindo de leve da velha fórmula e nos tecendo os ouvidos com meandros de discuros; um bem mais diferente que o outro. Banda ele, que segue os preceitos de Reverend Beat Man. Chuck Violence é alguém que pegou bem os sons nostálgicos dos anos 60 mais uma violência punk mexicana e sulamericana, mesclado no puro rock' n' roll de DM Bob. Vindo de uma cripta sulista de um calibre cheio de humanidade com muita delicadeza e peso. E acompanhem o trabalho genial de Chuck Violence pelo My Space e sigam os bois. "One Men from Blumenhell" veio pra ficar por estas pradarias geladas e ferventes de boas iniciativas e ouvidos ávidos!"

Chuck Violence é um extraordinário One Man Band, nascido no Brasil, emigrou para o México levando na bagagem o seu demente e extasiante cocktail de blues-punk com sabor a "tequila-twist", "Bandolero Mexicano" é um disco obrigatório, quatro canções que provocam graves e incuráveis sequelas quando as escutamos, pois damos por nós a trautear as suas melodias sem nos apercebermos, arribaaa! maravilhoso "bandolero". Rock Around the Blog

Set list
1. Introducing
2. Hey, Bo!
3. Mama Pancake
4. Gunfighter
5. Fish Fight
6. Blues is a Woman
7. Sweet Home Chicago
8. After 8' Man
9. When The Saints Go Marchin' In
10. Sailin' On
11. Carmen
12. I saw a Devil
13. Mojo Workin'
14. La Pomata
15. Waddlin' Around

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Sexta com SARTRE

by JLB

" Pouco me interessa, o diabo (bis)

Ele só recebe as almas
Mas não é ele quem as condena (bis)


eu só me digno a ter
Négocios com Deus

Deus, Deus me fez
Ele sabe que eu matei!"

Musicado por Igor Matuzzi