quarta-feira, outubro 16

Ava Gardner Heros

"Nunca deixe um estudante Erasmus usar teu computadore": Bruno Aleixo

"Os homens que usam brinco são drogados!" Bruno Aleixo


Você que não conhece, veja e você que não lembra mais, reveja!



Para Heros, nunca te esqueço brô!

Karen


O show do Black Sabbath em POA Brasil

Demorou pra eu escrever sobre este show.

Fomos a Porto Alegre ver o Black Sabbath dia 9 de outubro de 2013. As passagens aéreas e ingressos já estavam comprados desde junho e a expectativa era alta. Em 2011 fomos (eu e meu marido) no show do Ozzy em Porto Alegre e adoramos. O show foi no Estádio Gigantinho, do Inter, super organizado, sem empurra-empurra, vários dinossauros do rock, crianças, adolescentes, lindo! Ah! Vários telões circulando e isso fazia com que o show pudesse ser visto de qualquer lugar sem precisar gastar um VIP.

Ledo engano no último show do Sabbath em Porto Alegre. Estacionamento da Fiergs era o local, um baita estacionamento de concreto. Mesmo o ingresso sendo caro para a pista, fomos. Decepcionante o lugar, na minha opinião, produção péssima. Como não tinham telões altos para o público de trás. Simplesmente não dava pra ver nada porque o palco era baixo, o terreno plano. Na pista, centenas de pessoas se empilhavam e se armavam de celulares para filmar o show. Eu vi um pedaço do show na frente, um tico no meio e algo da banda na música Black Sabbath, uma das mais perfeitas execuções que já vi na vida, de relance.

Sem delongas e sem táxis para levar quase 15 mil pessoas na saída. A prefeitura cedeu uns ônibus e fomos embora. Quase 1 hora e meia depois estávamos no centro. Quem não foi de carro, basicamente penou.

Valeu a pena apesar disso, foram 16 músicas impecavelmente apresentadas. A dupla Geezer (baixista) e Tony Iommi (guitarrista) estavam operando uma orquestra maravilhosa. Sem eles, nada existiria. Ozzy reclamou da canseira do público: "Cuco, cuco!" e deve ter percebido na platéia super jovem, um desconhecimento dos clássicos, as mais antigas e uma volúpia nas músicas mais conhecidas, tais como "War Pigs", "Black Sabbath", "Iron Man", "God is Dead" e "Paranoid".

Pra mim, as músicas mais lindas e que quase chorei foi "Behind the Wall of Sleep" e "Iron Man", principalmente porque eu estava lendo passagens da biografia do Tony Iomm, que se chama "Iron Man" e estava apaixonada pela história de vida do cara. Além de ser o grande compositor ao lado do Geezer é um Deus segurando aquela guitarra. 

Tommy Clufetos substituindo Bill Ward na bateria parecia o Ward nos anos setenta, inclusive na indumentária. Não deixou a desejar e mostrou a que veio quando o show foi cortado na metade pelo solo em "Rat Salad" (Followed by Tommy Clufetos Drum Solo).

O show de abertura, banda Hibria, heavy metal tradicional gaúcho foi bom, com platéia regional cativa e Megadeth fez um excelente show, perfeitinho com recursos de imagens muitas vezes exagerado para compensar os efeitos na voz de Mustaine.

Total de quase 6 horas em pé porque a estrutura do lugar não dispunha de banco algum, só o chão. Saldo: pessoas cansadas demais na platéia, quase bobas e insoladas se apertando como podiam. Mas show de metal é isso, tem que ser macho pra encarar!


Setlist do Megadeth:
Hangar 18
Wake Up Dead
In My Darkest Hour
She-Wolf
Sweating Bullets
Kingmaker
Tornado of Souls
Symphony of Destruction
Peace Sells
Holy Wars… The Punishment Due


foto extraida do site www.mundogaucho.com.br

Eu no estacionamento da Fiergs, sol à pino!



Setlist do Black Sabbath:
War Pigs
Into the Void
Under the Sun/Every Day Comes and Goes
Snowblind
Age of Reason
Black Sabbath
Behind the Wall of Sleep
N.I.B.
(Preceded by “Bassically” … more)
End of the Beginning
Fairies Wear Boots
Rat Salad
(Followed by Tommy Clufetos Drum Solo)
Iron Man
God Is Dead?
Dirty Women
Children of the Grave
Paranoid

Abraços,
Karen Tortato

O endeusamento da infância

Como muita gente sabe, eu não tenho filhos. Quem sabe um dia, com esta medicina tão avançada, porém agora ainda não. Tenho vários amigos da minha geração que já são pais e parentes, idem, com crianças entre 1 ano e 13 anos.

Hoje assisti um psicólogo infantil no Bom dia Paraná falar sobre o endeusamento e supervalorização da infância nos dias de hoje. Ele dizia que hoje os pais criam os filhos com um grau de proteção e quase sem exigências de responsabilidade. Engraçado que é bem isso.

Outro dia vi uma mulher com uma menina de uns 2 anos e meio na lanchonete. Ela perguntava se a menina queria suco ou refrigerante. Achei aquilo um absurdo. Se eu fosse mãe, nem perguntaria, daria o suco e ponto. Principalmente porque o suco é mais saudável e porque quem decide nesta idade o que comemos são os pais ou tutores. Uma criança pequena não deveria decidir se quer salada ou batata frita.

Fico triste de ver os pequenos ditadores à mesa fazendo birra e exigindo de pessoas mais velhas, cardápios especiais. Estas crianças que depois vão à escola e ficam inquietas na cadeira na sala de aula, competindo para ver quem tem o celular e o tablet mais moderno, fazendo o professor de gato e sapato. Alguns pais deixam a função "modo" educar para o pobre do professor. Antigamente a criança deveria vir educada de casa, mas o que se vê hoje é aluno agredindo professor, rindo e fazendo pouco caso.

Sei disso e me sinto à vontade pra falar porque sou casada com um professor universitário que tem nas salas de aula dos dias de hoje, alunos maquiavélicos, sem educação, destemperados e ameaçadores. São pessoas no auge dos 20 anos de idade que são trainées no mercado de trabalho e dizem para o professor se calar abertamente e sem vergonha alguma. Estes "jovens" serão os adultos no mesmo mercado de trabalho. Jovens cujos pais fizeram toda sorte de vontades e não foram acostumados a esperar tampouco batalhar por algo. Tiveram tudo na mão e não aprenderam bem a ouvir a palavra não sem a justificativa do porquê.

A educação privada em muitos casos, trata estes alunos como clientes. Os diretores são hoje Gestores e exigem da equipe: resultados. É o comércio da educação.

Me perdoem amigos e parentes com crianças pequenas, mas aqui é meu blog e falo o que penso. Aqui não é a Rede Social da moda onde se explana uma opinião recebe uma saraivada de balas. Fico triste ao ver a quantidade de brinquedos que as crianças ganham hoje somente "por existirem".Pais subjugados por seus filhos por que sentem culpa por não poder estar à disposição deles o tempo todo.

No meu tempo de criança eu tinha uma mesa farta de legumes porque era o que tinha pra comer, aprendemos a gostar vendo os adultos fazerem, quando crianças apenas copiamos. Palavras hoje são perigosas também. Ontem vi na TV uma psicóloga infantil dando uma lista de frases que não podem os pais nunca dizerem aos filhos. Hoje tudo traumatizará o pequeno Deus.

Não tenho conhecimento prático na arte de educar até porque nunca fui um exemplo de educação, fui criada na base do tapa, mas com muito amor, paralelamente. Talvez hoje eu tenha algumas sequelas psicológicas mas saí na luta da vida e construí uma história independente de quem me criou.

Não dou palpite na educação dos filhos dos outros porque já ouvi mais de uma vez coisas do tipo: "Tenha seus próprios filhos!" Estou indignada sim, com esta juventude ditadora e ao mesmo tempo bunda-mole. Paralelamente vê-se crianças maravilhosas, boas e que sabem dividir e respeitar. Filhos que valorizam e respeitam os mais velhos, filhos que ainda podem ajudar a construir um mundo menos egoísta.

Finalizando tenho que lembrar de uma dupla de meninos que não acompanhei o crescimento, infelizmente, mas vi a mãe desde cedo exigir que as crianças cumprimentassem as pessoas e pedissem licença, por favor. Estes irmãos são primos meus de terceiro grau, hoje, jovens inteligentes e criativos que dá gosto de acompanhar, mesmo de longe. Tenho vários primos que cresceram comigo e hoje, tenho orgulho de lembrar de nossa infância cheia de alegria apesar das dificuldades.

Ah! Meus afilhados pequeno!s Nem sempre sei como agir,  e muitas vezes só posso dar amor e dividir meu talento para brincar e rir. Nem sempre tenho dinheiro pra enchê-los de presentes. As mães, sabem disso e esperam de mim, beijos e abraços, amor e a convivência sadia.

Sou da moda antiga, cheguei na fase de dizer coisas do tipo: "No meu tempo era assim, era assado..." e vendo reportagens de crianças no crime, crianças matando, roubando, sexualidade precoce, agredindo os adultos, me deixam abalada e cada vez menos à vontade na presença de pequenos ditadores.

Se vou virar "a louca dos gatos", talvez, mas quero ter a consciência de poder ajudar os pequenos ao meu redor a serem melhores do que fui e melhores que as crianças estragadas. É um reflexo da atualidade, eu sei, crianças não podem e nem devem sair sozinhas na rua porque podem ser sequestradas e molestadas. Ficam reféns do videogame, até aí tudo bem, é bom para o intelecto. O mundo está estranho, apocaliptico demais pro meu gosto. O ser humano está se idiotizando na mídia de massa, muita porcaria pra assimilar, pouca leitura, sei lá.

Tenho uma afilhada grande, fui madrinha de casamento dela. O filho dela é algo muito cativante. Educado, intenso, inteligente, com um vocabulário lindo pra uma criança de 7 anos. Significa que ainda temos chances...não tô amargurada, de forma alguma! E pode discordar de mim, fiquem à vontade.

A educação é pra sempre!

Um bom artigo aqui, leia se quiser,

http://www.aprenderaser.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=31:educacao-para-a-infancia-o-que-significa-infancia-hoje&catid=10:textos&Itemid=12


É isso, boa sorte jovens pais e como dizia minha vó: ´"- É de pequenino que se torce o pepino!"

Beijos
Karen


sábado, fevereiro 23

Livros e música


Sempre tive" bons excelentes amigos", que percebendo meu interesse por música me deram presentes relativos.

O primeiro livro sobre música ganhei do amigo André Sakr. A compilação em duas partes da tradução de Please Kill Me (Mate-me por favor). Este livro, apesar de dizerem que trata de assuntos errôneos sobre a história do rock nos EUA e Inglaterra, me mostrou facetas e fez eu ir atrás de vários ídolos. Levei o livro para passear nos EUA. Fui até Ann Arbor visitar a cidade onde Iggy Pop nasceu e viveu até a Fun House, sua primeira sede. Também, em Detroit, vasculhei algo sobre Wayne Kramer dos MC´5.



Please Kill Me, edição em português pocket book que ganhei do André Sakr. 
Sem querer, acabou do lado do livro do Fernando Sabino, O Gato sou Eu, que ganhei do Heros Mussi Schwinden uns anos atrás!




Depois, bem mais tarde, ganhei o livro Apenas Garotos, sobre a vida de Patti Smith, uma autobiografia cheia de fotos fantásticas onde ela mesma relata sua incursão ao mundo da poesia e ídolos do rock no início do CBGB´s. Também fala bastante de sua relação amorosa e duradoura com Robert Mapplethorpe até ele se assumir homossexual. Este livro ganhei do Eduardo, hoje meu marido, colecionador de vinis e estudioso do Rock. Ironia do destino, ele me presenteou com um livro muito bem feito da História dos Ramones e outro, que não é rock, mas adoro, do meu ídolo brasileiro Chico Buarque.



Tenho um amigo "brother" de mais de uma década, o Heros, que neste aniversário de 39 anos me presenteou com um livro muito arrebatador. A autobiografia de Johnny Ramone, dos Ramones, banda que sempre gostei muito. Tenho camisetas, discos e agora, dois excelentes livros.

Este livro, em particular disseca detalhes tenebrosos da personalidade do Johnny Ramone. Um irlandes-americano (que se considerava americano puro), filho de militar, meio reacionário, super republicano anti-comunista. Durante um período da leitura, me decepcionei com a ranzizice dele e suas ideias totalmente preconceituosas, porém se não fosse ele, os Ramones nunca teriam virado uma lenda. Autoritário e de poucos amigos, não colecionava mulheres, nem usava drogas, ao contrário de Dee Dee Ramone, que era um dos grandes baixistas e gênio criativo dos Ramones assim como Joey que eram difíceis e loucões. Por incrível que pareça, ele não gostava muito dos integrantes da banda, via a banda como um emprego que o fez acumular 1 milhão de dólares até 2004, quando veio à óbito de câncer de próstata.

Vale a pena conferir. Edição de luxo, capa dura e fotos bacanas. Excelente presente para eu sempre lembrar destes amigos que conviveram comigo por 1 década de rock, apaixonadamente!


Comando de Johnny Ramone, presente de Heros Schwinden, meu amigo irmão.
abaixo o livro de arte Kokeshi que ganhei de João Acuio, outro amigão!


Chico é MPB, um punk brasileiro, se por assim dizer, este livro, que ganhei do Edu Rock é bárbaro e relata fatos com fotos e documentos, falando tudo, inclusive sobre o exílio de Chico. The Best.


Karen


quinta-feira, fevereiro 14

2013 - Recuperação da opinião por meios próprios

A saída pela direita.

Quando resolvi dar um sumiço da face do macromecromicromocromundo alternativo-rock, a minha saída por motivos espiritualistas. Saúde mental. A energia dos lugares estava me cegando (cagando?) e eu cega, fazia coisas estúpidas e me relacionava com pessoas mal intencionadas e usurpadoras. Um dia, conheci (Jesus?) o amigo de um (amigo) conhecido de noites e bares e shows de rock. O amigo do amigo também estava um pouco cansado do excesso de autopromoção e glamour vampiresco que a noite proporcionava. O que era fantástico na década do início de 2000 até um certo período, não é mais. Fui em todos, quase todos shows de rock que eu queria e todas as baladas possíveis. Sempre é bom e chique sair no meio da festa, eu sempre era a última a sair!

Não viramos xiítas e não deixei de gostar de encontrar amigos legais e pessoas que gosto por aí, porém chega determinada época que tudo fica repetitivo e pastoso e voltar de táxí sozinha bêbada pra casa as 4h00 da manhã já não emociona muito depois dos 35 anos. A não ser que você tenha saído de um casamento torturante e engordativo de 20 anos e queira ir afórra. Não era meu caso porque sou e sempre fui independente demais pra aceitar coleiras machistas. Hoje sei ficar em casa. Gosto de curtir o calor das pequenas coisas e passar uma sexta-feira costurando bichos de pano pra vender em feiras e pras amigas, vendo filmes, ouvindo velhos e novos discos, desenhando, cuidando do Borba e do Edu.

Talvez um dia eu queira dançar na festinha da moda, não sei. Hoje só penso em viajar mais por lugares do Brasil que nunca fui, recuperar a saúde perdida nos anos de futilidade e ter sempre os verdadeiros amigos por perto. Pelo menos os que ficaram por perto. como diz o Lourenço Mutarelli que ficar em casa com amigos bebendo e jantando à vontade porque dá pra fumar, etc.

Engraçado que quando você dá um tempo de sair na night, as pessoas simplesmente somem. Páram totalmente de te procurar, mandar mensagens e emails, telefonar, nem se fale. Você não é mais cool, é chata e nem pra churrascos e jantares você não vai mais alegrar o ambiente. Os amigos não, estes sempre que posso vejo, nas casas deles ou em reuniões menores, mais claras e lúcidas.

Eu continuo a mesma, com ou sem litros de vinho na cabeça. Talvez meu metabolismo, mais lento por causa da idade me obrigue a ter um controle rígido na alimentação e hoje pratico mais atividades físicas. É bom também caminhar no bosque de Portugal com várias pessoas diferentes de várias idades, longe do centro, perto da natureza. O corpo muda. Batata! Ainda mais pra quem tem herança genética italiana e os genes se aglomeram ali na parte quadrilenha. Como eu não sou a Flávia Alessandra da Globo, que com 38 anos tem um corpo seco e malhado de correr 12 km por dia, acostumo com algumas coisas e presto atenção em outras, sem neurose, cruzes. Dá saudades da silhueta fina de outrora, da cintura de pilão, mas a mente e a psiquê estão bem mais sagazes e refinadas.

Vamos aí, amadurecer é bom, já dizia a Mara Cristina Barrichello.

Beijos e fiquem com o Borba Gato abaixo.




Segue um Youtube cinematograficamente divertido:

Aqui: http://www.youtube.com/watch?v=CCcvu48yKbU