Durval Discos
Meu tio Frank Vegas chegou da reunião de fascistas compositores, meio bêbado. Ele passou a tarde puxando briga num bar por causa de peitos novos e acabou se dando mal por umas fatias daquele bacon. Sua cara ardia e sua barba raspava. Era um dia de chuvas torrenciais em todo lugar. Uma bestialidade de fatores estranhos metereológicos vinha acontecendo e neste turbilhão de horas perdidas vendo o céu de brigadeiro virar um pandemônio, senti a voz do meu tio contando que precisava sempre ter muito dinheiro para poder cobrir os caprichos que algumas meninas exigem em troca de sua atenção. Suas axilas fediam bacon, outro cheiro tenso era o de parmesão. Meu Tio durante anos me importunou com colheradas de queijo Cheddar, agora, depois de anos, o cheiro do ralo o perturba mais que tudo e ele teima em pedir pra pegar suas abotoaduras de dentro daquelas calças sujas. Ele poderia ter vivido anos com aquelas raquetes de tênis e suas coleções de aromas perturbadores. Ainda sinto o cheiro do saco do Tio Vegas em mim, sinto o cheiro ocre de sua pele imunda e suada. Tio Vargas, tio Vegas colecionando chaveiros de motéis baratos nas suas viagens pelos desertos americanos. Como eu gostava de sua câmera LOVE. Me percebi vomitando sobre sua calça branca quando vi o Tio tirar o aparelho de tortura e flagelo da caixa de guitarra....
continua...
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