sexta-feira, dezembro 16

CARNE OFICINA EM FEVEREIRO


carne colocando o dedo no nariz de Deus em pleno Carnaval?
foto by PinHa

A Festa da Carne. Blasfêmia. Dor e castigo, contaminação das vacas nos pastos, quaresma, o que é pecado? pecado???....Ahahahahaha! Contaminação e vermes saindo da carne proxímo ao Limbo, ressurreição, pão, vinho, miojo e requeijão. Paixão, loucura, o carvão esquentando e a grelha, churrasco???, ando apaixonada e cheguei a uma conclusão.....
estamos chegando no fim deste ano bizarro, eu estarei morrendo no CARNEVAL. Nasci em fevereiro, em fevereiro tem carnaval! Minha festa de aniversário pode coicidir com meu funeral. As datas estão marcadas e segundo o calendário Celta (que eu sigo desde que vim da Romênia), festas pagãs são ótimas datas pra matar, fazer sangrias e beber sangue de Boi ou Chianti demi-sec branco, caso prefiro, água de côco no Rio, cerveja?. Enfim. É isso. Isso é fato, isso é vácuo, o resto fica por conta dos meus amigos que, como a Lai que me manda referências interssantíssimas como essa:

"Carne de Kobe: tipo de carne especial de gado criado em Kobe, Japão. Os animais têm uma dieta especial que inclui cerveja e são massageados com saquê. Esse tratamento especial resulta numa carne extremamente macia e saborosa, mas bastante cara." Pequeno Dicionário de Gastronomia - Maria Lucia Gomensoro "

Agradeço o Yussif (membro do parlamento das Esplanadas) por toda educação árabe de como assar carneiros em banho-maria, o livro do HAMBURGUER e toda especulação em torno dos problemas políticos off the hook....whatever.

Obrigada Lai, em sua homenagem tô ouvindo Fado Tropical do Chico Buarque, olha só que lindo, um fado brasileiro porque estamos no Brasil! Lai de Lado da Papua Nova Guiné, ando apaixonada pelo Chico Buarque que mal me aguento de tanto amor. Deve ser porque tá chegando fevereiro, verão e é a época que a carne vira charque ao sol:

Fado tropical

Chico Buarque - Ruy Guerra - 1972-1973

Oh, musa do meu fado
Oh, minha mãe gentil
Te deixo consternado
No primeiro abril
Mas não sê tão ingrata
Não esquece quem te amou
E em tua densa mata
Se perdeu e se encontrou
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

``Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar,
trucidar
Meu coração fecha aos olhos e sinceramente chora...''

Com avencas na caatinga
Alecrins no canavial
Licores na moringa
Um vinho tropical
E a linda mulata
Com rendas do Alentejo
De quem numa bravata
Arrebato um beijo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

``Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto

Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intencão e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto

Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadura à proa
Mas o meu peito se desabotoa

E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa''

Guitarras e sanfonas
Jasmins, coqueiros, fontes
Sardinhas, mandioca
Num suave azulejo
E o rio Amazonas
Que corre Trás-os-Montes
E numa pororoca
Deságua no Tejo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal


Auf Wierdesehen, comam menos carne contaminada e evitem o sal grosso.
Sai carvão!

Nenhum comentário: