Mas, menina, vai com calma Mais sedução nesse grasne: Carnalmente eu amo a alma E com alma eu amo a carne.
sexta-feira, maio 30
RATAZANA E O GAMBÁ
Era uma Ratazana ruiva que morava nos esgotos a muito tempo e queria se rebelar contra a imposição de seus semelhantes em permanecerem no esgoto sem o direito de compartilhar as delícias de uma vida moderna humana.
Passava dias tentando achar uma saída que desse para alguma casa e encontrar um refúgio seguro onde pudesse usufruir os benefícios e vantagens de uma vida normal às custas de alguém ou alguns que não se importassem em deixa-la viver assim a esmo.
Passou dias procurando até que encontrou uma rua calma e escutou uma conversa normal vinda de uma casa de família:
- Alô, ta me ouvindo? Eu queria pedir uma canja!
Era uma velhota de aparência polonesa fazendo um pedido pelo telefone para algum delivery com um sotaque acentuado e bastante engraçado.
A ratazana deu risada e entrou na casa, ficou observando calmamente.
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Era um biólogo de meia idade que cultivava uma adoração estranha por animais nojentos: ratos, baratas, gambás e mosquitos da Dengue. Ele colecionava aranhas em potes de maionese Hellman´s, guardava asas de mosquito de verão em uma sacola e de vez em quando cozinhava sem se importar se algum rato aparecesse na cozinha.
As crianças eram duas, dois filhos endiabrados. Duas crianças sem mãe que eram educadas por ele e pela velha polaca, sua sogra meio avariada já das faculdades mentais.
Quando viram aquele animal escuro de olhos ruivos no canto da sala correram chamar o pai..
Hehehehehehehe (as crianças guinchavam como ratos)
- Uma ratazana
- Peguem a Ratazana crianças, arranquem a cabeça dela!
- Ratazana, rataza, arrancar a cabeça dela , hehehehe (barulho de guincho de gambá)
Peguem a velha polaca e tranquem no quarto com a ratazana!
A ratazana saiu correndo apavorada pela sala escura e fedida e se embrenhou nos cabelos cortados e atirados do canto do banheirinho dos fundos.
- Crianças, façam a ratazana ficar aqui. Ela é enorme, ocupa bastante espaço.
Ela gostava de se alimentar preferenciamente de ovos, podiam ser cascas ou ovos moles, ovos eram sua dieta, sua idéia de dieta humana melhorada.
Falava o pai biólogo:
- Típica roedora de ovos.
As crianças voltavam da escola e arrancavam a cabeça da ratazana, mas era de mentira, era só a intenção de degolar sem degolar.
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Meia noite passada da hora de dormir e continuava se revirando na cama. Saiu sem delongas para o jardim fumar o último cigarro que apagou sozinho por causa da tempestade de granito que estava chegando. Lá fora o canto dos passarinhos se confundia com o guincho dos gambás procriando no telhado. Era uma senhora de meia-idade perturbarda e avariada das faculdades mentais.
Era seu cunhado que trazia caixas de sapatos lacradas cheias de ratos secos recém catados do forro.
Seu cunhado era um rapaz de nome Vieira ou Parreira. Talvez fosse por causa das uvas verdes no muro sempre bem cuidadas e adoradas pelos sabiás e curiós.
A ratazana passou dias sem aparecer.
A chuva fazia as telhas quentes do sol de abril se quebrarem, se abrirem, a fuligem do telhado aberto caia no chão.
A Neusa esfregava o chão toda quarta-feira naquela casa de madeira, mas o chão era posse e domínio dos animais pequenos ou grandes que ali já estavam a muitos anos.
Seu Vieira era técnico em desratização da empresa em questão. Sabia que era frustante não poder cumprir seu serviço. Sabia que toda aquela gordura não combinava com o ato Ghostbursters de subir em telhados altos de casas enormes para jogar iscas.
As iscas eram fabulosas. Atacavam direto na corrente sanguínea dos ratos e os secavam sem deixar vestígio, eles comiam os pequenos quadradinhos verdes e rosas e iam beber água da chuva e iam morrendo lentamente ou na grama, ás vezes dentro das calhas, isso não era muito bom porque obstruía a passagem de água e não deixava vestígios de.
Contaminação por raticidas.
Raticidas são a maneiras mais segura de matar ratos. Gambás não morrem de forma simples, fedem ao sentir medo e raiva. Todos sabemos que o gambá não é aquele bichinho bonito do personagem da Warner. É um ratão gigante e feio que guincha alto e faz malabarismo de subir por galhos e tem ira dentro de si. Procuram lugares fechados e quentes pra procriação.
Me lembra os passarinhos do ninho que tinha no meu forro. O sabiá recém tinha botado os ovos quando ouvi o barulho da eclosão. Os passarinhos nasceram fortes e gritavam por comida. Seus pais Sabiás iam atrás de mosquitos e minhocas. Era tarde demais e chovia muito. A ponta de encharcar o tapete da porta e cair uma grande quantidade de fuligem no chão encerado.
As aranhas eram imensas e metidas, entravam pelas frestas. Gastei muito rodasol, elas dominam tudo.
Naquela noite os passarinhos cessaram o canto. Foram os Gambás que os comeram.
- Crianças, cadê a Ratazana, ela é enorme e ocupa muito espaço.
- Típica roedora de ovos...
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Dia 23 véspera de Natal os nervos estão tensos. Altas descargas de eletricidade neural nas pessoas enlouquecidas, foi quando o Delegado Ramos resolveu que já era hora de sair da polícia.
- Vou largar. Vou sair da polícia.
- como assim – responde sua mulher.
- Cansei de ensinar bons modos pra bandido filha da puta.
Seu assistente, o Coxinha, não acreditou no que ouvia aquela dia na chefatura enquanto lia o Lobo Solitário. Gostava ele de comer ovos toda manhã, mexidos.
-Coxinha, eu vou sair da polícia!
- Não pode, Doto.
- Vou criar coisas vivas, estou estudando biologia, queria contribuir com o meio ambiente e me tornar uma pessoa melhor, sem vícios de ficar tardes inteiras ouvindo rádio-patrulha apintando.
As crianças concluindo o primeiro ano me mudo pra outro lugar.
Enquanto a ratazana lutava por seu espaço, os gambás continuavam a dominar o planeta. Cresceram de forma “inequacom”. Cresceram e domiram tudo. As plantações eram de alecrim e salsinha agrupadas num vaso apertado secram no sol. A velha polaca não parava de consertar a mangueira e passava as tardes eclodindo ovos de passarinhos.
Ela era o verdadeiro gambá velha.
A gambá que continuava negando sua origem e desencadeando iras e vinhas.
Pelo menos o casal que morava na casa parou de brigar naquela tarde fria, naquela manhã ensolada, naquela folia de carnaval a Ratazana ali parada esperando as crianças voltarem da escola.
-Crianças, arranquem a cabeça da Ratazana!
- Hehehehehe – Ratazana, arrancar a cabeça da Ratazana.
- ela gosta, é gigante e ocupa bastante espaço.
Fim da primeira parte.
conto de Carne Morta
MEU DISCO PÓPRIO!
seguindo a linha: eu nao tenho personalidade, vamos copiar posts. roubei o post dela.
brincadeira de internerd. chama MEU PRIMEIRO DISCO.
1) acesse http://en.wikipedia.org/wiki/Special:Random - o título da primeira página aleatória que aparecer será o nome da sua banda.
2) vá pra http://www.quotationspage.com/random.php3 - as últimas quatro palavras da última frase da página formarão o título do seu disco.
3) acesse http://www.flickr.com/explore/interesting/7days/ - a terceira foto, não importa qual seja, será a capa do seu disco.
opcional: salvar a imagem e colocar nome da banda e título com photoshop.
Veja Fer e amigo da Fer!
segunda-feira, maio 19
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